A DSI é um conjunto de documentos do Magistério da Igreja que expressam a fé diante das realidades. Didaticamente, está condensado num compêndio com indicações, conselhos e exortações animando a caminhada dos cristãos na missão. É um instrumento de evangelização, pois atualiza a mensagem de Jesus Cristo para a família, o trabalho, a economia, a cultura, a política, o meio ambiente, enfim para a vida. O único objetivo é “ajudar o homem no caminho da salvação, a viver segundo o Evangelho e a própria natureza humana".
A salvação realizada por Cristo é a missão da Igreja, deve atingir o ser humano em sua integridade, inclusive social. Não se pode restringir somente às devoções, mas a forma de viver em sociedade. Bento XVI disse que a DSI responde à caridade recebida e oferecida, resume na proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade (Caritas in veritate, 5).
Papa Francisco vai além, explica que a Igreja deve expressar a sua opinião sobre os assuntos que afetam a comunidade mundial, a preocupar-se com a família humana. A Santa Sé não interfere na vida dos Estados, mas observa os problemas que dizem respeito à humanidade, com o propósito sincero e humilde de se colocar ao serviço do bem de todo o ser humano e “trabalhar para promover a construção de sociedades pacíficas e reconciliadas. A Igreja não pode ficar de fora das realidades humanas e intervém em sua doutrina para iluminar diversos aspectos da sociedade, especialmente na defesa dos mais fracos e pobres. Assim, a DSI a Igreja não objetiva estruturar ou organizar a sociedade, mas orientar e formar as consciências” (CDSI, 81).
No compêndio, a DSI é missão dos cristãos leigos como sujeitos eclesiais na sociedade, podendo agir por própria iniciativa, sempre buscando o bem comum e zelo cristão de promover a paz e a justiça (CDSI, 83).
O Compêndio de Doutrina Social da Igreja foi publicado em 2004, sendo atualizado e tornou-se uma referência para estudos aos problemas sociais da humanidade, pois é inspirado à luz do Evangelho.
A DSI nasce com a Rerum Novarum de Leão XIII, o Papa que se preocupava muito com a ‘questão operária’, de muitos trabalhadores pobres, do campo, que migraram para as cidades e viviam de forma miserável. A partir desse momento, as cartas sociais dos pontífices são escritas e publicadas para o mundo inteiro. Entre elas, destacam-se as de São João Paulo II: Laborem Exercens (90 anos da Rerum Novarum), Sollicitudo Rei Socialis e Centesimus Annus (100 anos da Rerum Novarum). Recentemente, o Papa Francisco se dirigiu aos cristãos com duas encíclicas de tema social: Laudato si (2015) e Fratelli Tutti (2020).
CINCO MAIORES PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
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